Afinal, existe vida passada ou não? Me perguntam... Acho que essa não deveria ser a questão. O mais importante é saber: afinal, onde você vive, lá ou aqui? Quantas justificativas e desculpas em busca de argumentos para não encarar o medo, bloqueio e fracasso do AGORA. Criam-se mitos e enredos sobre o passado como se isso bastasse. Dá-se mais importância para o passado do que para o presente. Está vivo para o que foi e morto para o que é.
É perigoso não VOLTAR de lá com a regressão? Outra
pergunta... Essa é mais inquietante que a primeira. Ora, se você se queixa do
seu passado, você já está lá e não aqui. O que precisa é voltar para cá o mais
rápido possível. Quem acha que seu problema é de vida passada já está preso
nisso e o verdadeiro risco é continuar onde não deveria estar. O único lugar
para se viver é o momento presente e você só tem o agora para existir viver,
escolher, fazer diferente. Se perder essa oportunidade, será tarde. Mais prisão
mental, emocional, psíquica. Menos alegria, prazer, satisfação, gratidão.
Será mesmo que o que te impede de viver o agora é sua vida
passada? Isso faz sentido para você? Se fizer, é isso que vai acreditar e perseguir.
E cada encontro seu com o passado pode ser uma boa razão para o seu EU passado
continuar vivo, cheio de historinhas para contar. E talvez você estufe o peito
e diga: eu já sabia! Ora, que vantagem tem de recriar? O que está ganhando? Pense
no prazer negativo associado ao sofrimento e todo ganho secundário obtido. Essa
é uma boa pista de onde vem tanta energia para continuar a ladainha.
Já reparou como é difícil esse EU morrer? Esse eu agarrado a
um enredo de vida qualquer, seja de sucesso ou fracasso, perdas ou ganhos,
felicidade ou tristeza? Já percebeu quantas vezes conta para si e para o mundo
sobre aquele seu antigo amor e o que ele fez com você? Então, veja como há algo
que RESISTE a esse passado e não o deixa ir embora. É exatamente isso que
acontece com qualquer resíduo cármico de vida passada. Algo que não se deixa
esgotar, ir, diluir, dissolver no todo. Enquanto houver a sua resistência e
apego para deixar ir, essa memória continuará existindo para você, mesmo que
seja no nível inconsciente, reverberando no campo, ressoando uma frequência e te
alcançando onde estiver. Algo como ondas no mar.
Então, de novo, o mais importante não é saber exatamente o
que você viveu. A questão é: por que você não deixar ir?! Por que sua história
é tão importante para você? Por que você faz questão de repetir isso tantas
vezes? Quem você seria sem essa historinha na sua cabeça? Se esse EU morresse,
o que sobraria? Dá para viver sem ele? Dá para existir depois disso? O que vai
contar para os outros e para si depois que morrer? Morrer para seu drama
pessoal, para sua importância ou falta dela, para seus conflitos e dúvidas,
para suas perguntas sem respostas, para suas coisas, seus títulos, currículo,
conquistas, bandeiras, lutas. Consegue deixar ser o que é, sem retoques e
exigências?
Saia da vida passada, corra para a vida presente!!! Olhe para
seus potenciais, suas qualidades e possibilidades. Veja o outro e o mundo da
mesma forma, com outra lente. Faça diferente, experiente elogiar ao invés de
reclamar. Dizer eu estou feliz ao invés de dizer que tá difícil. Vai fazendo
isso e experimenta o que acontece. Tenho certeza que estará mais vivo e menos
morto. E alguém mais vivo é bem mais interessante. Se curta, a vida é curta!
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